terça-feira, 17 de março de 2015

Os Hábitos Angulares

Lisa Allen era gorda e fumante. Começou a fumar aos 16 anos e passou grande parte de sua vida tentando emagrecer. Aos 20 anos estava afundada em dívidas e em seu velho currículo, era possível ver que o seu trabalho mais longo tinha durado menos de um ano. Querendo ou não, a realidade de Lisa pode ser comparada com a realidade de muitos brasileiros hoje. Falo tanto dos vícios em drogas, das refeições e compras compulsivas quanto da falta desocupação e falta de vontade de trabalhar.

Assim como Lisa, todos nós enfrentamos ou tivemos que enfrentar algum tipo de vício que têm prejudicado a nossa vida pessoal, acadêmica ou profissional de alguma forma. Afinal, quem nunca passou horas no facebook/twitter/instagram/etc. quando deveria estar fazendo uma tarefa ou trabalho importante? Quem nunca - por diversas vezes - comeu tanta besteira ao ponto de ter a sensação de que o corpo ia explodir (e se arrependeu depois)? Qual foi o fumante que não pensou em parar de fumar? Qual alcoólatra não pensou em parar de beber? Qual drogado não pensou em parar de se drogar? Ou qual o vadio(a) não pensou em finalmente trabalhar? 

Vivemos em um país onde o custo de vida fica cada vez mais alto. Um país onde os impostos cada vez mais pesados e o sistema corrupto devoram grande parte do dinheiro que deveria ser investido em nosso bem estar. Precisamos pagar caro para entrar numa faculdade (para os que tem filhos, é preciso pagar caro para matriculá-los numa escola boa, sem contar com a compra dos materiais). Precisamos pagar caro para garantir nossa saúde e nas cidades engarrafadas - se não quisermos depender de ônibus lotados de pessoas - precisamos pagar caro para se locomover. 

Mais do que nunca, a maioria das mais de 200 milhões de pessoas que vivem no Brasil precisam fazer algo para garantir a sua sobrevivência. Por causa disso, acordamos cedo, pegamos engarrafamento e transportes lotados, trabalhamos de seis à oito horas por dia (alguns trabalham até dez ou doze horas) e chegamos em casa sem energia para fazer mais nada senão dormir para continuar a "luta" no dia seguinte. A vida de muitos brasileiros têm seguido este padrão, mas ainda assim, acabamos sendo perseguidos por um ou mais vícios que acabam interferindo em nossos planos. 

Vocês já pararam para pensar como um pequeno hábito pode prejudicar nosso dia inteiro? Já reparou o quanto a nossa estima baixa interfere em nossa produtividade depois que comemos muito? O quanto aqueles 5 minutos de redes sociais podem se transformar horas inteiras que poderiam ser gastas com alguma leitura ou em alguma atividade? E quanto aos vícios de cigarro, álcool e da preguiça? Não é preciso nem falar.

Mas Lisa Allen conseguiu vencer todos os seus vícios. Se tornou uma mulher esbelta e vibrante, com as pernas tonificadas de uma corredora. Não tinha mais dívidas, deixara a bebida, deixara o cigarro e já estava no seu 39º mês numa empresa de design gráfico. Lisa havia mudado seus hábitos, substituindo todos os hábitos ruins por hábitos mais saudáveis.

Diante de diversos neurologistas, psicólogos, geneticistas e sociólogos, ela contou dos momentos que passara depois que a sua vida afundou de vez. Seu marido havia se juntado com outra mulher, e anunciara que iria deixá-la. Seu saldo bancário estava próximo do negativo e ela estava na merda. Passou um bom tempo se embriagando, perseguindo o ex-marido, perseguindo a nova namorada dele e chorando pelos quatro cantos da casa. Foi em meio a este desespero, quando finalmente atingiu o fundo do poço, que Lisa decidiu que tinha que mudar algo. Precisava achar pelo menos uma coisa que ela fosse capaz de controlar.

Continuação - Quando os hábitos são postos em foco

Após todos os momentos de angústia que passara após ter sido abandonada pelo ex-marido, Lisa finalmente decidiu fazer uma viagem para se distanciar de tudo aquilo que lhe trouxesse lembranças tristes. Quando nos distanciamos por um tempo daquilo que nos machuca, o estresse em nossa mente diminui. Assim, estamos mais tranquilos para pensar melhor nas circunstâncias, e também traçar um plano para poder lidar com todos os nossos problemas e criar força para voltar e encarar o que nos faz mal. Esta mesma calmaria que foi buscada por Lisa a fez tomar uma primeira decisão que seria a introdução de uma fase nova de sua vida. Ela tinha decidido que pararia de fumar.

É claro que um vicio não pode ser controlado de uma hora para outra. O processo foi gradativo, e a força de vontade dela muitas vezes foi posta em prova para acabar de uma vez com o hábito. Mas por todo o caminho que ela traçou, ela sempre esteve focada em seu objetivo principal, que era largar o cigarro para definitivamente. Estabeleceu que deveria estar preparada em um ano, e assim seguiu com um objetivo em sua vida. E ao longo de seis meses, a convicção de que precisava parar de fumar para completar este objetivo desencadearia uma série de mudanças que incidiria em diversas partes de sua vida.

Quando pensava em fumar, Lisa praticava algum exercício para eliminar a sensação de abstinência. O cigarro foi substituído pela corrida. A corrida, por sua vez, fez com que ela se preocupasse mais com o seu corpo, o que a levou mudar o jeito como ela comia. Os exercícios e as refeições mais saudáveis logo trouxeram resultados pra o corpo e para a estima, e Lisa passou a se sentir mais disposta para trabalhar, passou a ter maravilhosas noites de sono. 

O empenho no trabalho fizera com que ela organizasse melhor as suas finanças, a sua forma de trabalhar, traçasse planos pra o futuro e assim por diante. Ao final de um ano, Lisa começaria a correr meias-maratonas, depois uma maratona, voltaria a estudar, compraria uma casa e ficaria noiva. 

Durante a trajetória de um ano, conforme os hábitos de Lisa mudaram, seu cérebro também mudara. Tudo o que ocorreu em sua vida havia sido conquistado graças a uma conquista menor, graças à mudança de um único hábito, que é o hábito angular. Este tipo de mudança desencadeada, no entanto, é difícil de ser percebida pelo menos entre nós, pois passamos a vida inteira sendo bombardeados de muitas informações e estressando nossas mentes com muitas coisas desnecessárias ou que não nos servem realmente. 

Propositalmente ou não, acabamos deixando nossos comportamento serem moldados por outras pessoas (principalmente por nossos pais e pelas mídia). Em alguns dos casos, somos tão controlados pelas tendências que acabamos perdendo o controle sobre nós, e assim, deixamos de tomar decisões por nós mesmos. Deixamos de traçar caminhos melhores, deixamos de escolher a nossa própria forma de solucionar os problemas, deixamos de ter o nosso próprio modo de lidar com a vida, para seguir a sombra de outros.

Enfim, por causa de tantas informações e de tantas pessoas nos dizendo o que devemos ou não fazer, ou o que é certo e o que é errado, acabamos nos esquecendo da importância dos pequenos detalhes. Se por exemplo, os seus pais dizem que você deve estudar muito, ganhar muito dinheiro, casar, ter filhos, ter uma casa, fazer exercícios, ter uma boa alimentação, ter um carro, viajar pelo mundo, ter um bom emprego (como se tudo isso devesse ser feito ao mesmo tempo), você deve estar ciente de que você só fara tudo isso se realmente lhe for conveniente, mas se estiver apenas preocupado com os resultados ou se agradará ou não a vontade deles, certamente fracassará.

Foi como um professor meu me disse um dia. "O menos é mais". Foquemos nos pequenos hábitos. Vamos dividir nossos planos em plenos menores, de médio prazo. Quebremos os planos de médio prazo para os de curto prazo. Façamos pequenas conquistas, vamos nos compensar mais com pequenos vitórias todos os dias. A vida é curta, mas não devemos fazer as coisas com tanta pressa, mas sim no nosso próprio ritmo. Não devemos ser levados a fazer o que os outros nos ordenam, mas também não devemos ser negligentes conosco. 

Assim como Lisa fez, devemos criar um objetivo inicial para criar mudanças maiores em nossas vidas. A partir daí, devemos nos moldar conforme caminhamos, e depois conforme alçamos vôos para conquistar novos objetivos. E por fim, atingir o limiar das coisas que realmente achamos importantes para nossas vidas.




Nota: Para quem leu o livro "O Poder do Hábito", de Charles Duhigg, sabe que alguns fragmentos escritos aqui foram tirados de lá. Não sou nenhum escritor profissional, psicólogo ou psicanalista, etc., mas espero que os conhecimentos que eu tenho adquirido, bem como as minhas reflexões sobre eles, possam ajudar de alguma forma - hoje, amanhã ou futuramente - na vida de alguém. Se gostaram do texto, sintam-se livres para curtir, comentar, conversar comigo inbox, mandar sugestões, críticas ou elogios e até compartilhar. Meus amigos e meus leitores de hoje e de antes sempre serão especiais para mim. :)
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segunda-feira, 9 de março de 2015

Sobre a Inteligência Emocional

Em algum momento de sua vida, você já parou para refletir sobre suas emoções? 

Houve algum momento no qual você - no ápice do nervosismo diante de uma prova, diante de uma pessoa desconhecida ou mesmo em uma reunião com um cliente ou o chefe de sua empresa - se perguntou o porquê de estar se sentindo tão agitado e preocupado? 

Houve algum momento no qual você - naquele dia especial com amigos ou com a pessoa amada, que sucede o término de mais um semestre de faculdade ou o início das merecidas férias do trabalho - se perguntou o porquê de todo aquele sentimento de alívio, descompromisso com o mundo e paz interior não poder permanecer sempre com você? 

O pensar sobre as próprias emoções, falando em particular, foi algo que levei muito comigo desde quando eu ainda morava com os meus pais. Eu poderia passar horas andando sozinho ou sentado em algum lugar não muito barulhento para meditar sobre tudo o que eu andava sentindo. Entretanto, por muito tempo imaginei que esse assunto era uma espécie de tabu entre as outras pessoas, pois sempre que se falava disso você era taxado de louco ou algo do tipo. E assim, para quem gostava de pensar sobre as emoções e assuntos mais profundos, o silêncio muitas vezes era o melhor companheiro.

Alguns anos depois dessa fase, eu finalmente pude encontrar pessoas que eram tão expressivas quanto eu nesse aspecto da vida. E através de livros, pude perceber que tanto quanto o QI (Quociente de Inteligência), o QE (Quociente Emocional) também pode ser um ingrediente fundamental para o sucesso na vida. Na prática, isso quer dizer que você não conseguirá fazer uma boa prova se você souber todas as questões, mas não saber controlar suas emoções que tentarão te dominar em forma de nervosismo, medo ou preocupação.

Ter conhecimento de suas próprias emoções é desenvolver sua autoestima, resiliência e capacidade de lidar com as frustrações e problemas que aparecerão em seu dia-a-dia. Tamanha a importância da inteligência emocional, que foi abraçada pelos educadores através de programas de aprendizado social e emocional, que ajudam principalmente crianças e adolescentes a desenvolverem estas habilidades.

Através destes programas, os alunos tornam-se aptos a reconhecerem os seus principais sentimentos e saberem como eles influenciam numa tomada de decisão. Por meio desse conhecimento, você consegue perceber o quanto um sentimento de tristeza ou de medo está te atrapalhando em uma atividade ou o quanto eles estão te afetando no relacionamento com a pessoa amada ou com seus amigos.

Além disso, estes programas realizam atividades de empatia para que os alunos possam aprender uma espécie de "leitura" sobre os sentimentos de outras pessoas. Sim, é possível saber como uma pessoa se sente, e qualquer um que seja muito comunicativo e/ou emotivo sabe disso. Quem se deparou (ou já fez parte) de uma cena onde a pessoa diz que está "tudo bem", mas que, por meio de suas feições e pelos olhos marejados, mostra que "nada está bem" na mente dela?

Inteligência Emocional também é saber identificar aquilo que lhe gera estresse emocional; é saber ouvir e falar de modo a solucionar conflitos ao invés de agravá-los; é negociar saídas para que todos ganhem. Enfim, quando se trabalha no Quociente Emocional, existem ganhos substanciais nas habilidades de comunicação, na produtividade e nas relações com seus amigos, com a pessoa amada, colegas de trabalho e profissão e com qualquer outra pessoa no mundo.

Em particular, este é um assunto de grande interesse para mim, o qual devo escrever mais sobre muito em breve. É um longo assunto, mas que quando dominado, nos deixa muito a frente de tanta pessoa desequilibrada e desamparada que a gente vê por aí, que necessita se apegar de forma desesperada em coisas como violência, drogas, religião ou alguma algema ideológica (que geralmente não leva a lugar nenhum) para ter algum sentido na vida.

Aos que leram tudo, agradeço a atenção. A gente se vê por aí! :)


Fontes Pesquisadas:
1 - Livro: Inteligência Emocional - A Teoria Evolucionária que Redefine o que é ser Inteligente
http://www.amazon.com.br/dp/8573020806/ref=asc_df_85730208063578370/?tag=kindispbra5-1-20&creative=380333&creativeASIN=8573020806&linkCode=asn

2 - Revista Crescer: 5 Pilares para o seu filho desenvolver inteligência emocional 
http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2014/06/5-pilares-para-o-seu-filho-desenvolver-inteligencia-emocional.html

3 - Wikihow: Como Melhorar a Inteligência Emocional 
http://pt.wikihow.com/Melhorar-a-Intelig%C3%AAncia-Emocional
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domingo, 8 de março de 2015

Bem-vindo!

Um pequeno post introdutório.

Blog com o objetivo de compartilhar com vocês o que eu estive e estou aprendendo no dia-a-dia. Tentarei trazer para aqui um conteúdo bastante mastigado e com aplicações práticas, vindas de livros, da internet ou de qualquer fonte que eu tenha achado interessante. Acredito que com isso, todos nós saímos ganhando, né?

Bem, é isso. Seja bem-vindo! :)
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